reprise

em passos rápidos, o vejo ao longe. ele ainda não sabe que está andando em minha direção, já que não me viu. sempre numa andança ligeira, o mundo ao seu redor parece estar em outra velocidade. — pode ser culpa da ansiedade, mas é provável que seja porque conhece o chão que pisa, e até quando não conhece, age como se soubesse. eu tenho essa impressão equivocada de que talvez ele realmente conheça todos os lugares do mundo. — e aí quando me vê, acena. há vezes em que o faço primeiro, mas como gosto de olha-lo, me deixo demorar por um curto instante. 

uma carta enviada

li em algum lugar que "coisas que não levam a nada são importantes", me pergunto o que importaria você saber disso agora. provavelmente nada. talvez eu esteja tornando mais difícil do que realmente deveria ser, mas o que eu tenho a perder? das coisas que eu nunca te disse, essas são as que mais me perturbam. 

a poesia na conquista de seu amante (você)


Dead Poets Society (1989)
esse ano eu tive contato com muitos poemas. não era a minha primeira opção de consumo em arte, mas não por desgostar ou por falta de interesse, era um não conhecer. o meu primeiro contato (verdadeiro e interessado) foi com os poemas da Larissa Fonseca. meu impulso foi regado pela poesia dela. aos poucos ia percebendo os versos, as nuances... nos momentos em que abria para lê-los percebia que havia uma sensibilidade (poética) que eu precisava desenvolver mais. também precisava de um chute na canela (metafórico).

2 anos de estranho peixe, voltando à terapia e falhas de código

depois de 4 meses sem sessões, ao voltar a frequentar a terapia, a psicóloga novamente me diz: pensamentos surgem aos montes numa mente ansiosa e a grande maioria deles não é verdadeira. a ficha finalmente caiu quando me deparei recentemente com 3 textos no quais discursei furiosamente sobre coisas que no dia seguinte já não me representavam mais. a propósito, feliz aniversário para o estranho peixe. as falhas no código do blog tem a ver com tudo isso. 

selfies, Sylvia Plath e conexões forçadas

A autora Sylvia Plath sorrindo ao ar livre.
nem sempre tive problemas com minha própria imagem. pensar sobre isso se tornou recorrente há alguns anos, principalmente quando decido renovar fotos de perfis virtuais. seja uma imagem em reflexo de espelhos ou fotografias, vai muito além de achar desagradável esteticamente ou não, é sobre não conseguir me reconhecer. parecem seres completamente diferentes, de nomes e personalidades distintas. todas as vezes. olho para um retrato que fiz de mim mesma e observo espantada uma registrada por outro olhar que não o meu. quem é essa pessoa?