16 de nov. de 2023
11 de nov. de 2023
tentando entender o caos
é óbvio que é mais fácil descobrir o que se é e bater o ponto. busca incessante por respostas é coisa de jovem, de gente que tá saindo do verde pra ficar maduro... né? então, como é possível ainda estar descobrindo coisas sobre mim? depois de tantas certezas que achei ter à meu respeito, me encontrar em outras maneiras de ser é uma baita de uma surpresa. ou melhor, é uma doidera.
o fato é que... é muito engraçado observar esses registros de versões de mim que já fui.
a última vez que escrevi, de fato, foi quando decidi mandar uma carta pra um amigo. já faz algumas semanas. não tenho acesso a essa carta porque escrevi a mão, tal qual os astecas. ela era bem sincera, bem dolorida, de tinta borrada por lágrimas. não era sobre esse amigo, mas sobre coisas que eu estava sentindo. sobre coisas que estavam afetando minhas relações, meu comportamento, entre outras coisas.
não foi a única coisa que escrevi antes de dar uma sumida por aqui. escrevi agradecimentos no meu TCC o qual apresentei. depois de sete anos naquela faculdade, acreditem ou não, terminei. um curso que eu jurei que iria abandonar, que pensava não ser pra mim, que me fez chorar horrores. pois é, a vida, né?
fiquei caçando a hora certa de voltar, falar sobre um milhão de coisas que provavelmente não vão fazer mais sentido pra Nicole de um futuro próximo. o erro é ficar caçando tempo certo, ficar pensando demais, como disse Jaquinho. a graça da coisa é essa mesmo, perceber o que se foi pra conseguir enxergar o que se é agora. só dá pra ter essa percepção das coisas quando se registra.
nunca pensei que voltaria a ser ativa em redes sociais. não que isso seja um grande feito e que mereça comemoração. no entanto, considerando os motivos pelos quais tinha parado de usar, vou comemorar sim. eu não tinha garantia de nada, nem imaginei que isso aconteceria, mas voltei a ser próxima das pessoas, criar novas conexões e pra mim, foi o mais importante. também voltei a registrar mais fotos do meu rosto, coisa que eu não fazia com frequência. lembro de algumas vezes que escrevi sobre isso aqui. engraçado que dia desses, através de fotos, percebi que estou envelhecendo haha. muito maluco, o tempo e tal.enfim, acho que perceber que você pode continuar crescendo, mudando e se movendo, mesmo quando já se é grande, adulta e com mais consciência de si, pode ser uma coisa bem maluca de se lidar. estando em reformas, pondo os móveis pra fora, dando uma chacoalhada nas ideias, nos planos, nas vontades, nas crenças, tentando entender o caos. por enquanto, é isso aí.
8 de ago. de 2023
because I'm the maker of my own evil
✷ decidi que iria participar do beda nesse mês de agosto. um belo de um desafio de pura persistência e criatividade, que eu não precisava nesse momento, sinceramente, mas enquanto esse pico de adrenalina durar estarei por aqui.
7 de ago. de 2023
o trio elétrico das palavras
- neblina
- pluma
- amarelo
- carinho
- ficar
- saudade
calor- afeto
- afoito
- mar
- luz
- estranho
- efêmero
- primavera
janela - cinema
- gosma
- manga
- ventania
- nuvem
- planeta
- colorido
- maio
- coisa
- tênis
- barulho
- sideral
- esquecer
- delírio
- camomila
- linha
- caminho
- bonito
bizarro- sonho
- eufórico
- boiola
- pote
- elo
- comigo
- sentimental
- retrato
o último quatro de agosto
José, o sobrevivente. |
6 de ago. de 2023
criando uma receita de purê de jerimum
purê de jerimum
ingredientes
como preparo
2 de ago. de 2023
um filme chamado "Guaxuma", de Nara Normande
gosto de apresentar esse filme às pessoas, ou lembrar a elas que ele existe. bonito, autêntico e bem humorado, Guaxuma (2018) é um curta-metragem alagoano, de Nara Normande, que conta a história do amor de infância entre duas amigas. é um filme de 15 minutos, oficialmente disponível aqui.
vamos ocupar as recomendações das grandes obras, pessoal. façam filmes, contem a história de vocês. rumo aos festivais. <3
__________________________1 de ago. de 2023
comentando "se deus me chamar não vou", de Mariana Salomão Carrara
vejo que é unânime a vontade de colocar essa garota num potinho. não sendo ela a única, uma menina de 11 anos, a ter vontade de comer o mundo com as mãos e não como sugerem os adultos, com garfo e faca. eu também sinto essa vontade surgir, às vezes. como uma lembrança esquecida, enterrada. acho difícil compreender como um ser que viveu tão pouco consegue ter tanto a dizer sobre as coisas.Também fiquei querendo que livros fossem igual sanfona. Que tudo que eu escrevesse ficasse sanfonando na calçada pras pessoas ouvirem, em vez de lerem, já que ninguém sai lendo muito por aí. Daí as páginas abriam e fechavam no meu braço e as palavras iam saindo e se eu escrevesse muito muito muito bem igual o Leonardo toca, as pessoas acabariam dançando.
Kari-gurashi no Arietti (2010)
Se você fosse uma casa, como você seria. Perguntava o questionário do Leo. Pequena. Bem pequena, com portas cor-de-rosa. Eu seria de madeira, uma madeira bem leve, e todo o mundo passaria perto e diria Nossa que casinha mais frágil. De vez em quando, passariam perto de mim pra ter certeza de que eu ainda estava ali, que o vento não tinha me derrubado, de tão pequena e frágil e cor-de-rosa. Eu teria um jardim e um balanço, e as outras casas muito grandes e brutas me invejariam. E quando tivesse uma festa de aniversário em mim, as crianças todas segurariam balões de gás pelas janelas, e eu ficaria toda colorida, e se tivesse crianças demais, com dois balões cada uma, bem devagarzinho, eu sairia voando.
o olhar da autora me parece muito gentil. não tive a oportunidade de ler outras coisas da Mariana, mas a primeira impressão foi de muita sensibilidade em criar, escolher palavras e sentimentos. se nunca foi lei, acredito que todo personagem precisa ser de carne e osso, como os que ela dá vida aqui.
Antes de ficar doente, ela era muito sozinha, daí algumas tardes minha mãe me enviava pra fazer companhia pra ela, mas na verdade eu fazia solidão. As duas ali no sofá, quase no escuro, competindo qual solidão conseguia alcançar o teto. Eu acho mesmo que as crianças podem ser mais sozinhas que as velhas.
De repente isso ficou muito pesado, justo eu, em banho-maria, sem saber verdade nenhuma, falando de bife com frango frito.
24 de jul. de 2023
cada vez mais confusa
Phoebe Bridgers, Punisher (2020) |
repensar as coisas é quase involuntário e se eu pudesse nem me daria o trabalho. é cansativo. como lido, como ajo, como processo, como concluo. é uma grande montanha russa, sinceramente, parar e refletir sobre essas questões que me parecem tão naturais. no que toca a isso, não são tão naturais assim. embora nem sempre dê pra parar, só refletir e nem sempre realmente refletir, apenas pensar à respeito delas, ainda assim é difícil olhar de maneira questionadora pra si.
coisas que ninguém me pediu pra fazer, mas acabo fazendo mesmo assim, involuntariamente, como já disse. sinceramente é um trabalho desgastante, angustiante até.Love Exposure (2008) |
12 de jul. de 2023
vida de plástico, sonhos de vidro
9 de jul. de 2023
it used to be me
quando viro a chave e abro a porta, todos os sons se dissipam. esse é o dado momento em que percebo os estragos que a vida me fez. o cansaço recai sobre os ombros. a memória já não está tão bem exercitada. não tenho encarado meu reflexo no espelho. o choro agora sai com dificuldade. aquele hematoma que não sara, aqueles calos que não secam. quem é essa que vive dessa maneira, toma esses tipos de decisões e se machuca a cada passo dado?
30 de jun. de 2023
linguagens de internet e outras aleatoriedades
em meados de 2016, se não me falha a memória, comecei a tirar todas as maiúsculas dos meus textos no instagram. infelizmente, essa conta não existe mais e perdi tudo que tinha nela. foi um momento de crise, de verdade, ter simplesmente deletado a conta. uma pena, queria poder lê-los agora, mas enfim...