o que eu fiz no inverno passado e coisas para assistir no mês das bruxas

escrevi isso a alguns meses e achei um desperdício deixar engavetado para todo o sempre. muitas das coisas que vivenciei tempos atrás continuariam a me assombrar, como fazem os fantasmas e as almas perdidas. já que esses não-ditos renderam longos monólogos com as paredes de casa e agora estão flertando com o esquecimento, então fui de encontro aos seres que exorcizaria. tentei como poderão ver a seguir, registrar como se deu algumas dessas experiências. falando assim parece que foi tudo muito extraordinário, mas nem foi tanto assim.

mortos-vivos estilosos, bonecos assassinos protetores de boiolinhas, caçadores de demônios & outras coisas, me fizeram querer viver um pouco mais no mês de maio. no entanto, junho... aquele dito cujo melhor para se estar vivendo na cidade onde moro, também aconteceu. reencontros especiais, novas amizades, muita cachaça, muito frio... e então, senhoras, senhores e criaturas (incluindo a eu do futuro), estes foram os acontecimentos que foram os ingredientes para o meu chá de sumiço no inverno passado.

✵ são as águas de 'maio' fechando o verão

aquela velha estação que sempre traz consigo as chuvas, os narizes vermelhos e os agasalhos, há muito tempo resguardados, decide dar os seus sinais em meados de maio por aqui. nesse clima de chove e molha, os ares mudaram, as bebidas se tornaram mais quentes e os filminhos mais presentes. ainda não era inverno, mas o clima abafado e chuvoso já ditava o tempo.

infelizmente não estou no clima de halloween que o mês de outubro me pede, tem muita coisa acontecendo. por outro lado, felizmente acabei me envolvendo com muitas coisas legais no mês de maio que caem super bem agora (se tiver alguém aí na vibe), então vou fazer as menções honrosas em lista.

★ vi a primeira temporada da série chucky e ela virou meu xodózinho. terror e boiolas é um negócio que dá muito certo, eu tô falando muito sério. (esse mês tem a segunda temporada, corre galeraaa)

★ finalmente assisti carrie, a estranha (o original de '76), só tinha visto o remake de 2013 e achei mil vezes melhor. 

★ também assisti a terceira "sequência" de ginger snaps e eu já posso sentir o gosto amargo dessa lembrança só em ter comentado. o primeiro filme é ouro, o segundo é bom também, o terceiro a gente finge que não existe rs.

★ assisti a sombra do pai, um filme de uma diretora (brasileira) de terror e gostei muitíssimo. fiquei muito encantada pela atriz que faz a criança protagonista no filme, a Nina Medeiros, e também tem a Luciana Paes <3.

off: a Gabriela Amaral Almeida (diretora do filme citado acima) já é conhecida por ter dirigido o animal cordial, outro filme de horror que gosto muito. ela sempre traz questões trabalhistas, relações sociais em hierarquia e tudo da mais podre realidade que este país exibe em sua rotina. roteiro de milhões! esse é para maiores de 18, favor verificar classificações e possíveis gatilhos antes de conferir qualquer mencionado nessa lista.

★ outra série pela qual doei meu coraçãozinho foi Santa Clarita Diet. nunca tive muita vontade de ver, mas de repente ela me pareceu muito atraente e não é que eu fiquei totalmente rendida? terror e comédia são uma ótima combinação e essa série é maravilhosa. completinha em 3 temporadas (saudades).

★ mais um filme que eu queria muito ver: eu sei o que vocês fizeram no verão passado. por incrível que pareça consegui sentir as vibes de ser um roteiro escrito pelo Kevin Williamson (o melhor roteirista que pânico já teve em franquia). é como reconhecer certas características muito próprias do trabalho do Kevin: diálogos inteligentes, suspenses bem construídos, criatividades bem específicas que eu gosto💀… gostei muito mesmo de ter visto e poderia ser facilmente um favorito, mas não sei, não sei… acho que é um filme que vai crescer no meu conceito ao longo dos anos e tal, ou não, vamos ver. 

off: também assisti a segunda sequência: eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado (e que desgosto, galeras. a confusão iniciada por causa de duas universitárias estadunidenses jurarem que a capital do Brasil é o Rio de Janeiro foi a parte mais bizarra e real do filme (não ironicamente) porém, roteiro de centavos (não é o mesmo roteirista, nem o mesmo diretor do primeiro e deu claramente pra perceber haha).

✵ vivendo junho com o coração na boca


começando de uma forma muitíssimo hilária, ao meu ver, iniciei junho *jurando* que iria estudar mais, leria mais, me organizaria mais. finalmente publicaria um texto por aqui, até fiz TBR. fugindo totalmente aos meus planos, junho não me prometeu nada e me entregou TUDO aquilo que eu nem sabia que precisava. 

no meu caso, estava urgentemente precisando de gente. não de livros, nem de estudo, nem de paz. eu precisava de calor humano, reencontrar pessoas queridas, de amizades novas, liberdade de crenças próprias, me deixar experimentar o novo, de sorrir em coletivo, de descobrir coisas sobre mim que nunca nem pensei que poderia. de enfrentar medos, de me expor.

ano passado, publiquei esse texto chorando, sobre o que junho representa a mim e a todo mundo que sabe do que falo. finalmente, galera, finalmente, até parece que foi há décadas, mas não, foram dois anos de espera pra viver o são joão de verdade. depois de tanto tempo esperando pelas vacinas no braço e uma vontade louca de impeachment, eu precisava de um respiro. todo mundo tem andado com aquele negócio preso na garganta. estamos exaustos, ou pelo menos a maioria de nós. a pandemia e o isolamento deixaram marcas irreparáveis. isso é um fato. todo mundo mudou de alguma forma.

essa foi a primeira vez que eu realmente aproveitei as festas juninas de rua na minha cidade. amei o caos, amei a adrenalina, amei estar com as pessoas e espero que tenham percebido esse amor emanando de mim também. coloquei na lista de eventos 2022 a lista dos shows que fui em junho. 

em nenhum momento esqueci das minhas ansiedades sociais, das minhas inseguranças, mas em vários deles eu decidia que seria maior do que elas. várias vezes recuei. várias vezes avancei três casas, para além dos meus medos. foi a coisa mais legal e aterrorizante do mundo. foram pequenas decisões que transformaram aqueles dias em grandes, enormes. nem sempre dava certo, obviamente. a gente vai assim mesmo. com medo, errando, caindo, se levantando, acertando, ás vezes de um jeito torto e desordenado. aquele velho método de tentativa e erro, né?

fico impressionada com o tanto de gente que conheci espontaneamente e por vontade própria. logo eu! também jamais me vi nesse lugar de flerte? galera.... eu sei fazer isso? aparentemente... sim?

no entanto, acredito que quando se planta alguma coisa, provavelmente vai colher alguma coisa. metaforicamente. senti os frutos dessa euforia na continuidade dos dias de julho. a volta às aulas, o contato com as pessoas que conheci. a minha relação com pessoas no geral mudou. sinto estar muito mais presente agora. muito mais conectada com o que acontece ao meu redor. sinto que me importo de verdade em estar com as pessoas que eu gosto. não é mais sobre as minhas preocupações imaginárias. é sobre o presente e o que acontece nele.

faço aqui uma menção honrosa a um dia de julho que fui para uma cidade próxima com amigos em um festival de inverno. finalmente realizei um sonho de adolescente emo de ir a um show da Pitty. esse dia foi muito maluco e inesquecível. 

como tenho dito algumas vezes por aqui, o processo é lento. tenho conseguido, aos trancos e barrancos reconhecer pequenas vitórias. sempre terei as minhas questões, mas a forma como lido com elas é que tem mudado. apesar dos apesares sinto orgulho de estar em movimento, de crescer com as pessoas que me cercam. sempre aprendendo. ⭐

Nenhum comentário: