21 de jul. de 2021

discos, adolescência e portas se abrindo


a minha história com a música começou muito antes de eu nascer... brincadeira. porém, mesmo você não querendo saber, te digo que a minha mãe adora relembrar das noites as quais colocava Shania Twain pra tocar, e me balançava no colo até muito tarde. parecia que eu na minha pouca idade já ansiava por esse momento e não pregava os olhos até que acabasse. algumas coisas não mudam mesmo.

meus pais tem gostos musicais diferentes e eu acompanhava o que ouviam até perceber que também poderia ter meus próprios interesses. foram muitas tardes de rádio tocando clássicos de forró e assistindo uma penca de dvd pirata comprada a 3 por 10, de shows e clipes internacionais. muitos desses últimos eram coletâneas de décadas, flashbacks românticos anos 90, 80, rock nacional de mesmas épocas e outras coisas completamente aleatórias. eu achava o máximo. lembro de uma coletânea de rappers americanos em que o 50 Cent sem camisa estampava a capa e meus pais não me deixavam ver (mas eu via mesmo assim), lembro dos shows de Capim Cubano e Chiclete com Banana que a minha mãe ouvia copiosamente e o brega de Wanderley Andrade que meu pai adorava. 


sempre fui fascinada com música no geral, mas entender esse sentimento é uma coisa nova e ouvir discos inteiros nem sempre foi uma vontade. surgiu a adolescência. todos os nomes na ilustração aí em cima foram os que mais marcaram a minha, dá pra acrescentar a Lady Gaga também e o Justin Bieber. muito do que ouvi nessa época era popularmente conhecido, pois eu não usava muito a internet (a que tinha em casa nem dava pra chamar de decente), então vivia no mundo das revistas pra adolescente. sério, era muita revista. capricho, atrevida, yesteen!, todateen, etc. com os olhos de hoje percebo que era o império hétero-patriarcado-branco. lembro que as primeiras capas que eu tinha visto com o rosto de uma pessoa não branca foi com o Neymar, depois de anos acompanhando. felizmente curada da lavagem cerebral, mas foi muito bom.

ok, voltando. apesar de ter ouvido esses álbuns, por que era um pouco fã de cada um, ainda não sentia esse prazer de enfrentar discos inteiros aleatoriamente. afinal, qual a graça de ouvir tudo se nem sou fã de fulano? e mesmo discografias de quem eu gostava, tinha preguiça de ouvir. tudo isso mudou quando eu ouvi The Strokes pela primeira vez. 

era 2015 e eu tinha acabado de sair da escola. vivia pendurada na internet da vizinha cabeleleira (na época, era fácil descobrir senha de wi-fi). entrava em grupos aleatórios de facebook e whatsapp, pelo celular. de vez em quando aparecia uns arquivos surpresa. eles baixavam sozinhos e tal, já que eu deixava essa opção liberada. foi quando eu vi o Is This It e o Room on Fire na biblioteca de músicas. meu mundo caiu.

sabe quando se percebe que tudo que você achava que era certo, de repente, não faz nenhum sentido? ou melhor, você caminhava perdido esse tempo todo e de repente encontrou um lugar ao qual pertence? foi isso. e nem dá pra dizer que tenho tanto amor assim por esses discos do The Strokes, mas eu gosto muito deles por representarem um sentimento ASSIM BEM GRANDE. e aí vieram Arctic Monkeys, Radiohead, Oasis, The Smiths, My Chemical Romance, Led Zeppelin, Black Sabbath, Joy Division, The Cure, sei lá em qual ordem, mas vieram e revolucionaram TUDO. tudo. sim, um monte de homem cantando rock&variantes.

esses nomes&outros vieram me despertar para o que eu já sentia. isso tudo significa que não consigo me prender em um único gênero musical, nem se quisesse. é sobre a emoção das coisas, do que elas podem me proporcionar. soa bem romântico, mas realmente não tenho como negar. sou apaixonada. isso me move ao ouvir um disco atrás do outro. nem sempre em sequência, ás vezes meu coração pede pra ouvir mil vezes seguidas o mesmo. a cada dia que passa descubro uma coisa nova que nem era tão desconhecida assim, mas que me leva pro distante ou que me traz pra dentro de mim mesma. 

não quero e nem vou ditar como as pessoas devem ouvir música. cada um tem uma forma particular de se relacionar com ela e tenho certeza que tem seu grau de importância. só que não escrevi tudo do nada, queria muito espalhar a palavra dos discos. esse é o meu manifesto. se puder, os ouça. e não digo qual deva, digo independente, que seja por completo. acredito na força que eles tem de contar histórias, para além da melodia que também é ótima. acredito na potência que possuem pra serem registros históricos que nos fazem entender o hoje e o mundo em que vivemos. também defendo a existência de todos os gêneros musicais (ainda que eu mesma torça o nariz pra alguns, eles merecem existir). tá tudo bem não ouvir de tudo, tá tudo bem ter seus particulares.

dito isso, convido, a quem interessar, visitar um espaço que criei pra falar só sobre isso, não é um blog novo é só uma portinha diferente por onde o estranho peixe passa. você pode clicar aqui ou encontrar pelo sumário com o nome de estranho disco. ninguém é obrigado, de verdade

observações

⭐eu que fiz as ilustrações, tá passada? não, sério, sei que tá meio torto e com umas proporções doidas, mas ver as coisas que Arantxa, Gabes, e muito recentemente o Jaquinho, desenham e colocam no mundo, me deu muita vontade de colocar os meus no sol também. não que eu vá seguir esse lance, sei lá, eu sou uma perdida. só deu vontade de me expressar de outra forma e tal, não sei. - tentando não me sabotar e apagar tudo rs. 

⭐o rostinho que fica na sidebar mudou, espero que tenham percebido, tudo bem se não, vai ficar mudando até eu ficar satisfeita. é isto. 

⭐mesmo que eu ande demorando pra responder os comentários, eu sempre respondo!!1 tenho me ocupado com várias coisas e aí fiquei sem tempo de ler os últimos textos de algumas pessoas, mas eu vou!!!!!!!! 
 
⭐a propósito, obrigada por vocês que continuam me lendo e etc, isso é muito legal. fico choquita toda vez, vocês dizem muitas palavras bonitas. 

6 comentários:

arantxa disse...

AS ILUSTRAÇÕES!!!! MEU DEUS!!!!! TUDO!!!!! ficou fofo demais :') eu amei os cds gravados!!!!!!! sdjgbsdgskgjsvdsaaaaa!!! não se sabote e apague tudo, só deixe esse post existir aqui quietinho até se acostumar com a existência dele. <3

eu gosto muito quando as pessoas contam das descobertas musicais ao longo da vida, porque são sempre músicas ou bandas muito específicas, né? eu me lembro de três músicas muito específicas de quando comecei a realmente me deixar levar por elas: london bridge, da fergie, call me when you're sober, do evanescence, e pump it, do black eyed peas. rio muito quando penso nisso porque é uma mistureba, e hoje eu ouço tanta coisa diferente... é muito doido.

strokes é uma banda muito gostosa pra gente começar a gostar de umas coisinhas mais alternativas, né? também fiquei viciadíssima quando conheci. e inclusive conheci pouca coisa do que tenho potencial pra gostar, ainda — ouvi pouquíssima coisa do radiohead, que acho que é uma banda que vou gostar, por exemplo. mas uma hora vai, rs.

O ROSTINHOOOO!!! eu amo que o blog tá todo a sua cara. inclusive achei chique que você tirou a barra lateral das páginas!!!! até cacei aqui pra descobrir como que faz também. lançadora de tendências!!! aquelas

se preocupa com responder rápido não. quando você responde é sempre uma alegria, não importa quando.

pra não perder o costume: será que minha carta chegou? agora rezo todo dia à nossa senhora das cartas entregues pra que a minha não se extravie. ai, meu deusinho do céu.

<3

Gugu Keller disse...

A música é o som do sentimento.
GK

Snow ★ disse...

O Justin Bieber. KOREKWORWKORW. Ai.
Pois é, também estive na febre do moleque canadense de franja emo que cantava pop e acabava com corações de meio mundo de adolescentes ensandecidas e ainda acaba, mas dessa vez só das corajosas mesmo pois eu larguei esse barco no "My World 2.0" e ainda sei todas as músicas de cor-sen-or.

E mais uma vez acabei me vendo em um texto seu, que coisa gostosa, dá até um calorzinho no coração quando os meus pés estão congelando mesmo de meias. A minha história com a música se assimila muito a sua. A diferença é que desde muito nova eu sempre escutei rock, muito rock, e todas as vertentes possíveis de rock, com uma pitada de disco pois disco é um som delicioso. Só na aborrecência que eu me bandeei para o pop com chiclete estralado, aquele emo berrante e alguma coisa no meio mas um detalhe bacana é que eu também presava muito pelo álbum. Escutar o álbum inteiro, mesmo de um artista que eu conheci ontem afinal, só com o trabalho completo dá para tirar uma média e resolver se vou seguir acompanhando o bonito, né não?

Foi assim que cristalizei meu carinho por três álbuns da Avril Lavigne, larguei pelo caminho outros artistas que hoje só me trazem aquela nostalogia gostosa pra caramba e percebi que umas bandas japonesas conseguem dizer tudo o que eu sinto mesmo estando do outro lado do mundo. Êta globalização lascada essa!

Aliás! Que bom que tá mostrando mais das suas artes!! É isso aí, continua, continua!!!
O rostinho tá mais contente huh, o outro ainda tava meio revoltado com tudo e aquelas sobrancelhas juntinhas.
Achei muito bacana a sua iniciativa com o "estranho disco" e vou acompanhar sempre que puder e estiver buscando algo diferente! :D

'té nicole

Vanessa disse...

Quando eu era adolescente, descobria novas músicas assistindo à Malhação kkkk Só quando comecei a ter internet em casa é que comecei a descobrir do que eu gostava.

Fiquei chocada com o Calcinha Preta! Também tocou muito na minha adolescência, por causa do meu pai. Teu desenho ficou ótimo, aliás :D

Maria Catharina disse...

olha, vim aqui algumas vezes. dou muita importância às palavras ditas, mas ao mesmo tempo não consigo me livrar da obrigação imaginária opressora de dizer tudo. ao mesmo tempo tento parar de cultivar a crença da telepatia haha então, aceitando a imperfeição inevitável desse comentário, venho dizer que: não consigo descrever a minha felicidade ao identificar o nome de wanderley andrade (se 'conquista' não for uma das melhores músicas desse planeta...) nesse texto com cheiro de romance de formação hahaha que viagem boa essa da identificação! amo esse espaço <3

Giovanna dantas disse...

O teu desenho ficou muito foda, sério!!!
As sensações que as músicas nos dá é simplesmente perfeita. Cada música me lembra um momento, uma sensação. Acho que o mundo seria muito chato sem música, de verdade.
Respeito todos os gostos músicais, na verdade amo todos kskakskksksks