retrospectiva: leituras de 2021

o ano passado se mostrou quase impossível de ser uma terra fértil pra novos livros cultivarem sentimentos de escape em mim. afinal, manter o foco e a cabeça aberta a novas experiências não foi fácil, inevitavelmente ocasionou minhas primeiras releituras da vida (e já adianto que foi incrível). apesar dos apesares, consegui aproveitar bastante num geral e trago este saldo de 2021, pra quem se interessar. com ajuda do skoob e do goodreads, vamos a elas! desconsiderem a ordem que foram colocados. <3

☆ melhores livros do ano ☆

hibisco roxo, de chimamanda ngozi adichie 

todos os momentos que eu passei nessa leitura foram emocionais. por causa da escrita, da Kambili, do pai da Kambili, dos hibiscos, dos silêncios.

quarto de despejo, de carolina maria de jesus

o brasil precisa ser dirigido por alguém que já passou fome e essas são palavras dela. li esse livro no início do ano e por causa dele, fiz um trabalho que nunca vou esquecer. carolina presidenta. <3

becos da memória, de conceição evaristo 

foi o primeiro romance que li da autora, tinha lido olhos d'água em 2020. ainda ouço as vozes ecoarem desse livro. a conceição tem uma escrita única, crua, cuidadosa, potente. nunca falei dela aqui, mas afirmo sem medo que é uma das escritoras brasileiras mais grandiosas que ainda está entre nós (viva). 

"E na sua fragilidade enfrentava o mundo." (pág. 40) 

trilogia jogos vorazes, de suzanne collins

lembrei como é bom o sentimento de se empolgar com as histórias. como é legal se sentir bem e perto de personagens que a gente gosta. katniss, você pode vir tomar chá comigo aqui em casa que eu deixo. <3

garota em pedaços, de kathleen glasgow  

essa foi uma leitura difícil de digerir, mas que bom que existe. falei um pouquinho sobre ela aqui.

o amor não é óbvio, de elayne baeta 

ai, ai, aquele que me fez questionar tudo. nicole se dizia metamorfose ambulante, e na verdade, sentiu foi medo de não ter mais as certezas que tanto achava que tinha. foi minha primeira resenha publicada aqui ❤, então não vou me estender mais. 

a cor humana, de isabor quintiere 

foi lido e relido várias vezes em 2021. é uma coletânea de contos com foco em realismo mágico. tem passagens inesquecíveis e por isso serei obrigada a colocar uma que eu amo muito, aqui em baixo. é o primeiro parágrafo do primeiro conto que se chama "adília e o apocalipse". 

"Quando Adília era criança, encontrou o fim do mundo dentro de uma gaveta e, percebendo que ele parecia desconfortável assim pego de surpresa, desculpou-se e decidiu não mais incomodá-lo. Não foi um grande evento, afinal Adília ainda encontraria muitas outras coisas na vida e o fim do mundo era a menos importante delas. Depois do almoço já havia se esquecido dele." (pág. 15)  

☆ melhores quadrinhos e mangás do ano ☆

chainsaw man, de tatsuki fujimoto 

essa série de mangás foi indicada pela snow do doukyuusei, e eu poderia ter sido mais feliz se tivesse terminado. parei no volume 6 de 11, pois precisava dar um tempo, acho que nunca tinha tido tanta afobação pra ler um mangá. espero finalizar esse ano, mas independente de como termine foi uma das melhores experiências do último ano, com certeza!

tamen de gushi, de tan jiu

meu primeiro manhua (quadrinho chinês). feliz, pois não poderia começar por um melhor (provavelmente). fiquei extremamente caidinha por todo mundo nesse negócio. é só um clichê de relacionamento entre garotas e aí é receita de bolo certa pra me deixar boiola. nada novo sob o sol. ainda não finalizei, mas animada pra voltar a essa história. é isto, nada mais a acrescentar. 

arlindo, de ilustralu

esse foi o último lido do ano. me deixou de coração quentinho. 

"a gente não tá errado em existir." 

te amo arlindo, te amo. :')

qp, de powerpaola

vi a gabes do fugi de casa, falando desse quadrinho e fiquei muito encantada com a capa e logo muito obcecada pelo traço da powerpaola também. até acabei lendo vírus tropical, outro quadrinho dela, que é tão legal quanto qp. o traço dela é tão único, todo sujinho num estilo punk, um amor. são desenhos autobiográficos e sulamericanos. <3  

(+) menção honrosa:

☆ obras marcantes ☆ 

caramba, quanta coisa legal, viu? algumas (a maioria) dessas obras foram escritas e publicadas por autores e autoras de forma independente. os três primeiros de cima são livros e os outros cinco são narrativas mais curtas. todos são nacionais.

quando o mal tem um nome, de glau kemp

nova jaguaruara, de mauro lopes

luzes do norte, de giulianna domingues

escrito em algum lugar, de vitor martins

as 220 mortes de laura lins, de rafael weschenfelder

a vovó chamou o diabo para a ceia, de juliana daglio

morte matada, de g. g. diniz

quando o sol voltar, de olivia pilar

☆ melhores releituras do ano ☆

a menina que roubava livros, de markus zusak 

clube da luta, de chuck palahniuk

orange, de ichigo takano (mangá de 5 volumes com um sexto volume extra que eu prefiro desconsiderar)

a melhor decisão que tomei foi ter relido esses livros, que sentimento fantástico. revisitar histórias que a gente amou nem sempre dá certo, principalmente se já faz muito tempo. no entanto, não foi o que aconteceu aqui <3. faço um adendo que chorei igual uma condenada na primeira e na última dessas 3 histórias, foi bom demais.

e um muito obrigada se você leu até aqui.⭐