2 de fev. de 2025
projeto: zerando a estante 🍂˚ ༘ ೀ⋆。˚☕️⋆。˚
31 de jan. de 2025
anedotas sobre vícios, instagram, ansiedades e sumiço
comecei a leitura de um livro em dezembro do ano passado. nesse momento tô caminhando pro final, sinto um clima de despedida. depois de um longo ano sem conseguir terminar um livro sequer, tô bem emocionada e realizada por estar conseguindo.
em um domingo perdido do ano passado encontrei papéis e cadernos cobertos por poeira. como num flashback de um filme melancólico, lembrei dos dias que sentava e escrevia. não sei onde essa necessidade que me era tão inerente foi parar. quanto tempo demorei pra notar que já faz um ano que estive aqui? no ano que passou muitas coisas aconteceram. não me cabe aqui falar sobre elas, mas talvez eu volte a velhos hábitos.
16 de fev. de 2024
nem o verão impediu o meu esmorecer
enquanto trovejava com inocentes pratos, portas e paredes, lembrei que ainda carrego montes e montes de palavras. a vida ás vezes inventa de acontecer e aí eu perco o momento de falar sobre as coisas. não que exista um momento destino, mas acredito na abundância e na pluralidade do tempo. prefiro ficar quieta, registrar com os olhos, ouvidos. silêncio é um privilégio que ainda aprecio.
não vivo só dessa quietude, muito pelo contrário, preciso de todo o barulho do mundo pra sobreviver ao caos, que é bem silencioso do meu corpo mundo. verdade que essa anarquia escapa sorrateira da boca, é quando sei que preciso escrever.
digo pra mim mesma que guardar palavra e sentimento é bom, mas até certo ponto. sabendo que o silêncio pode me poupar de amargura futura, também sei que pode causar acúmulo de mágoa, ferrugem e desgaste. do que me adianta saber que ainda sinto essas dores? se deixar passar por essas e outras é uma porra, mas não há muito o que fazer. não que eu já não tenha errado, errado de novo, aprendido e voltado a errar. foi preciso cair e quebrar os ossos, pra perceber que vou continuar errando. em meio aos cacos partidos, talvez um dia eu mude.
não gosto muito de mudanças, mas sou ótima em me acostumar. passei tempos com um calo na sola do pé direito que nunca sarava 一 também nunca fui atrás de uma cura 一, seis meses depois... sumiu. já tinha me habituado com a ideia de tê-lo ali, inconveniente, me causando sofrimento. lido com as coisas assim, prestando atenção, incomodada, mas não lidando, esperando, até que elas decidam por conta própria desaparecer.
a verdade é que nada em mim desaparece. assim como a palavra guardada, se não é lapidada com cuidado, se torna outra coisa, me atormenta, apodrece, morre, corroendo. o calo sumiu, mas ainda sinto a sombra de um edema. falo das coisas que consigo cobrir com um sapato, uma blusa de mangas longas, uma risada, um silêncio.
"saia desse lugar!", digo pra mim mesma. permaneço imóvel. me embrenho no passado das coisas, em busca do que já foi bom. onde não era esse atual tormento que não cura, nem sara, tampouco é alentado. me agarro num passado que já foi pregado na parede, que é diferente desse presente cruel e percebo estar num martírio eterno. aguardo até que desapareça, afinal, nada que eu conheça durou pra sempre. tudo se perdeu em descuido e esquecimento. é um desamor atrás do outro.
tudo e nada não são sinônimos mas insisto em vivê-las como se fossem.
já ouvi dizer que, se eu falasse com a boca sobre palavras e sentimentos que um dia já me foram sinônimo de dor, sem derramar lágrima alguma dos olhos, haveria uma cicatriz no lugar. ás vezes não precisa de muito tempo de cura quando o corte é na superfície. sobre machucados mais profundos, daqueles que ultrapassam todos as camadas da carne, não tenho controle algum, mas um dia vai dar bom. acreditar na complexidade do tempo em uma fé descabida, ás vezes funciona, ocasionalmente pode ser o suficiente pra curar. vai dar bom.
16 de nov. de 2023
11 de nov. de 2023
tentando entender o caos
é óbvio que é mais fácil descobrir o que se é e bater o ponto. busca incessante por respostas é coisa de jovem, de gente que tá saindo do verde pra ficar maduro... né? então, como é possível ainda estar descobrindo coisas sobre mim? depois de tantas certezas que achei ter à meu respeito, me encontrar em outras maneiras de ser é uma baita de uma surpresa. ou melhor, é uma doidera.
o fato é que... é muito engraçado observar esses registros de versões de mim que já fui.
a última vez que escrevi, de fato, foi quando decidi mandar uma carta pra um amigo. já faz algumas semanas. não tenho acesso a essa carta porque escrevi a mão, tal qual os astecas. ela era bem sincera, bem dolorida, de tinta borrada por lágrimas. não era sobre esse amigo, mas sobre coisas que eu estava sentindo. sobre coisas que estavam afetando minhas relações, meu comportamento, entre outras coisas.
não foi a única coisa que escrevi antes de dar uma sumida por aqui. escrevi agradecimentos no meu TCC o qual apresentei. depois de sete anos naquela faculdade, acreditem ou não, terminei. um curso que eu jurei que iria abandonar, que pensava não ser pra mim, que me fez chorar horrores. pois é, a vida, né?
fiquei caçando a hora certa de voltar, falar sobre um milhão de coisas que provavelmente não vão fazer mais sentido pra Nicole de um futuro próximo. o erro é ficar caçando tempo certo, ficar pensando demais, como disse Jaquinho. a graça da coisa é essa mesmo, perceber o que se foi pra conseguir enxergar o que se é agora. só dá pra ter essa percepção das coisas quando se registra.
nunca pensei que voltaria a ser ativa em redes sociais. não que isso seja um grande feito e que mereça comemoração. no entanto, considerando os motivos pelos quais tinha parado de usar, vou comemorar sim. eu não tinha garantia de nada, nem imaginei que isso aconteceria, mas voltei a ser próxima das pessoas, criar novas conexões e pra mim, foi o mais importante. também voltei a registrar mais fotos do meu rosto, coisa que eu não fazia com frequência. lembro de algumas vezes que escrevi sobre isso aqui. engraçado que dia desses, através de fotos, percebi que estou envelhecendo haha. muito maluco, o tempo e tal.enfim, acho que perceber que você pode continuar crescendo, mudando e se movendo, mesmo quando já se é grande, adulta e com mais consciência de si, pode ser uma coisa bem maluca de se lidar. estando em reformas, pondo os móveis pra fora, dando uma chacoalhada nas ideias, nos planos, nas vontades, nas crenças, tentando entender o caos. por enquanto, é isso aí.
8 de ago. de 2023
because I'm the maker of my own evil
✷ decidi que iria participar do beda nesse mês de agosto. um belo de um desafio de pura persistência e criatividade, que eu não precisava nesse momento, sinceramente, mas enquanto esse pico de adrenalina durar estarei por aqui.
7 de ago. de 2023
o trio elétrico das palavras
- neblina
- pluma
- amarelo
- carinho
- ficar
- saudade
calor- afeto
- afoito
- mar
- luz
- estranho
- efêmero
- primavera
janela - cinema
- gosma
- manga
- ventania
- nuvem
- planeta
- colorido
- maio
- coisa
- tênis
- barulho
- sideral
- esquecer
- delírio
- camomila
- linha
- caminho
- bonito
bizarro- sonho
- eufórico
- boiola
- pote
- elo
- comigo
- sentimental
- retrato
o último quatro de agosto
| José, o sobrevivente. |
6 de ago. de 2023
criando uma receita de purê de jerimum
dia desses decidi fazer uma receita nova. gosto da ideia de imaginar algo diferente com as coisas que se tem em casa. é um exercício do olhar, já que por força do hábito acabo sempre preparando os ingredientes da mesma maneira. à propósito, procurar a receita a partir do que você já tem e não o contrário, é uma ótima opção para o bolso. aproveitando o embalo, fica aqui guardado o registro desse prato que ainda não tinha parado pra escrever.purê de jerimum
ingredientes
como preparo
2 de ago. de 2023
um filme chamado "Guaxuma", de Nara Normande
gosto de apresentar esse filme às pessoas, ou lembrar a elas que ele existe. bonito, autêntico e bem humorado, Guaxuma (2018) é um curta-metragem alagoano, de Nara Normande, que conta a história do amor de infância entre duas amigas. é um filme de 15 minutos, oficialmente disponível aqui.
vamos ocupar as recomendações das grandes obras, pessoal. façam filmes, contem a história de vocês. rumo aos festivais. <3
__________________________1 de ago. de 2023
comentando "se deus me chamar não vou", de Mariana Salomão Carrara
vejo que é unânime a vontade de colocar essa garota num potinho. não sendo ela a única, uma menina de 11 anos, a ter vontade de comer o mundo com as mãos e não como sugerem os adultos, com garfo e faca. eu também sinto essa vontade surgir, às vezes. como uma lembrança esquecida, enterrada. acho difícil compreender como um ser que viveu tão pouco consegue ter tanto a dizer sobre as coisas.Também fiquei querendo que livros fossem igual sanfona. Que tudo que eu escrevesse ficasse sanfonando na calçada pras pessoas ouvirem, em vez de lerem, já que ninguém sai lendo muito por aí. Daí as páginas abriam e fechavam no meu braço e as palavras iam saindo e se eu escrevesse muito muito muito bem igual o Leonardo toca, as pessoas acabariam dançando.
Kari-gurashi no Arietti (2010)
Se você fosse uma casa, como você seria. Perguntava o questionário do Leo. Pequena. Bem pequena, com portas cor-de-rosa. Eu seria de madeira, uma madeira bem leve, e todo o mundo passaria perto e diria Nossa que casinha mais frágil. De vez em quando, passariam perto de mim pra ter certeza de que eu ainda estava ali, que o vento não tinha me derrubado, de tão pequena e frágil e cor-de-rosa. Eu teria um jardim e um balanço, e as outras casas muito grandes e brutas me invejariam. E quando tivesse uma festa de aniversário em mim, as crianças todas segurariam balões de gás pelas janelas, e eu ficaria toda colorida, e se tivesse crianças demais, com dois balões cada uma, bem devagarzinho, eu sairia voando.
o olhar da autora me parece muito gentil. não tive a oportunidade de ler outras coisas da Mariana, mas a primeira impressão foi de muita sensibilidade em criar, escolher palavras e sentimentos. se nunca foi lei, acredito que todo personagem precisa ser de carne e osso, como os que ela dá vida aqui.
Antes de ficar doente, ela era muito sozinha, daí algumas tardes minha mãe me enviava pra fazer companhia pra ela, mas na verdade eu fazia solidão. As duas ali no sofá, quase no escuro, competindo qual solidão conseguia alcançar o teto. Eu acho mesmo que as crianças podem ser mais sozinhas que as velhas.
De repente isso ficou muito pesado, justo eu, em banho-maria, sem saber verdade nenhuma, falando de bife com frango frito.
24 de jul. de 2023
cada vez mais confusa
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| Phoebe Bridgers, Punisher (2020) |
repensar as coisas é quase involuntário e se eu pudesse nem me daria o trabalho. é cansativo. como lido, como ajo, como processo, como concluo. é uma grande montanha russa, sinceramente, parar e refletir sobre essas questões que me parecem tão naturais. no que toca a isso, não são tão naturais assim. embora nem sempre dê pra parar, só refletir e nem sempre realmente refletir, apenas pensar à respeito delas, ainda assim é difícil olhar de maneira questionadora pra si.
coisas que ninguém me pediu pra fazer, mas acabo fazendo mesmo assim, involuntariamente, como já disse. sinceramente é um trabalho desgastante, angustiante até.| Love Exposure (2008) |
12 de jul. de 2023
vida de plástico, sonhos de vidro
9 de jul. de 2023
it used to be me
quando viro a chave e abro a porta, todos os sons se dissipam. esse é o dado momento em que percebo os estragos que a vida me fez. o cansaço recai sobre os ombros. a memória já não está tão bem exercitada. não tenho encarado meu reflexo no espelho. o choro agora sai com dificuldade. aquele hematoma que não sara, aqueles calos que não secam. quem é essa que vive dessa maneira, toma esses tipos de decisões e se machuca a cada passo dado?
30 de jun. de 2023
linguagens de internet e outras aleatoriedades
em meados de 2016, se não me falha a memória, comecei a tirar todas as maiúsculas dos meus textos no instagram. infelizmente, essa conta não existe mais e perdi tudo que tinha nela. foi um momento de crise, de verdade, ter simplesmente deletado a conta. uma pena, queria poder lê-los agora, mas enfim...
22 de mai. de 2023
fases, liberdades e lances não tão subjetivos assim
27 de fev. de 2023
sobre ser muito sentimental e outras bobagens imperdíveis
15 de jan. de 2023
bote fé ou bote fogo
27 de dez. de 2022
o ano mais rebelde da minha vida
29 de nov. de 2022
quando descobri a solidão
já faz um tempo em que parei pra escrever e conversar comigo, sobre mim. não é falta de tempo, é só que não sei bem em que pé anda as coisas por aqui. estou andando em círculos enquanto falo (e na maioria das vezes é assim mesmo). saudades da terapia. andei querendo entender o motivo de ter tomado tantas decisões estranhas, então sentei aqui pra escrever.



































